quinta-feira, 15 de junho de 2017

Passou despercebido: o dia em que o Fast venceu o Fluminense em pleno Maracanã


11/05/1978, uma quinta-feira, para os mais fanáticos e saudosistas torcedores do Fast essa data é como um simbolo sagrado, lembrado em varias resenhas e que jamais sairá das suas memorias. Porém, a verdade é que para o público em geral, a vitória do Tricolor de Aço contra o Fluminense passou totalmente batido nos jornais da época, mas é claro, isso não diminui o feito do Fast que venceu por 2 a 1 um dos clubes mais tradicionais do Brasil em PLENO MARACANÃ pela primeira fase do Brasileirão.

O Campeonato Brasileiro de 1978 teve 74 clubes, Fluminense e Fast estavam no grupo G - que ainda contava com outras 10 equipes - como: Flamengo, Portuguesa, Paysandu, Remo e o seu maior rival da cidade, o Nacional.

Ainda no ano de 1978, o Fast fez um Barezão discreto, não conseguiu se classificar para a terceira fase de desempate, mas protagonizou junto com o Nacional um Pai e Filho que levou 43.322 pessoas ao falecido estádio Vivaldo Lima, o nosso vulgo Vivaldão. O clássico terminou empatado em 1 a 1, e os gols da partida foram anotados por: Fidelis para o Rolão e Careca para o Leão da Vila Municipal.

O Fluminense no ano de 1978 teve a terceira melhor campanha no Campeonato Carioca, atrás apenas do Flamengo de Zico e do Vasco de Roberto Dinamite. Já no brasileirão, o Tricolor conseguiu chegar até a terceira fase. 

Ficha Técnica: Fluminense 1x2 Fast  
Estádio: Maracanã
Público: 2.698

Gols: Gildásio (Fluminense); Dario 'contra' e Cabral (Fast). 

Fluminense: Renato; Dario, Marinho Chagas, Carlinhos e Edvaldo; Rubens (Mario Marques), Pintinho; Gilson Gênio, Gildásio, Robertinho e Zezé (Arturzinho). 

Fast: Iane (Ribamar); Edgar, Carlos Alberto, Mário, Carlinhos e Raulino; Limão; Dentinho, Zé Lima, Cabral e Zezinho (Gilson).

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Relembre a última vez em que um time do Amazonas fez sucesso no Brasileirão


Muitas histórias cercam aquele time do América de 2010. O memorável feito de subir de divisão e colocar o Amazonas novamente no mapa do futebol brasileiro era algo inimaginável no inicio daquele ano. O Mequinha despontava com um elenco que tinha custos baixíssimos, mandou todos os seus jogos da primeira fase no interior do Amazonas, sofria com problemas administrativos e vinha de uma campanha modesta no Campeonato Amazonense. Bom, não havia nenhuma motivação da torcida quando a Série D começou.

Mas aí foi dado à largada. O América estava no grupo 1 junto de: Remo, Cametá e Cristal. A classificação veio de forma sofrida, fora de casa e no último minuto. O meia Batista, de pênalti, garantiu a vitória de virada contra o Cristal do Amapá no estádio Augusto Antunes. Esse gol foi fundamental, pois o Cametá havia vencido o Remo e ido para os oito pontos, o que acabaria eliminando o time amazonense se não houvesse vencido.

CAMPANHA NA PRIMEIRA FASE 

América 3x1 Cristal - Estádio: Francisco Garcia/ Público: 172
Cametá 3x3 América - Estádio: Parque do Bacurau/ Público: 927
América 1x1 Remo - Estádio: Francisco Garcia/ Público: 817
Remo 1x0 América - Estádio: Mangueirão/ Público: 5599
América 0x0 Cametá - Estádio: Francisco Garcia/ Público: 216
Cristal 1x2 América - Estádio: Augusto Antunes/ Público: 44 

DE VOLTA À CAPITAL

FINALMENTE NOS BRAÇOS DA TORCIDA. Euforia? Não foi bem assim. Logo na primeira partida da equipe na segunda fase, o Mequinha levou menos de MIL pessoas para o estádio Roberto Simonsen, o nosso querido SESI. Mas dentro de campo a vitória foi de gente grande, por 3 a 1 e contra o Mixto do Mato Grosso que até aquele momento não sabia o que era perder na série D.

Na partida de volta sobrou emoção, precisando da vitória, o time da casa foi para cima. Em dado momento do jogo, O Mixto-MT encaminhava o seu triunfo em forma de goleada vencendo o América por 3 a 0, mas a equipe manauara soube segurar o ímpeto do adversário, reagiu e saiu do estádio Dutrinha com uma derrota por 4 a 2, o que classificou a equipe do técnico Sergio Duarte (atualmente técnico das meninas do Iranduba) para a terceira fase da série D pelos critérios de desempate, O FAMOSO GOL FORA DE CASA.

O SESI PULSA PELA PRIMEIRA VEZ 

Depois dessa classificação, o América ''ganhou'' a simpatia dos torcedores da capital. Pela frente, o Mequinha teve outra vez uma equipe do Mato Grosso no caminho, o Vila Aurora-MT, time que eliminou na fase anterior um dos favoritos ao acesso, o Clube do Remo-PA.

Nas arquibancadas, 2.840 torcedores empurravam o Mequinha a todo momento com uma verdadeira sensação de caldeirão no estádio. Só para vocês terem uma ideia, o SESI comporta cerca de sete mil pessoas, então, quase TRÊS MIL é muita coisa para um campo tão acanhado e que definitivamente dar uma sensação ao torcedor de está dentro do campo.

Depois de um primeiro tempo sem emoções e com poucas chances de gol, o América voltou melhor para a etapa final e logo aos 12 minutos abriu o placar. Após bola alçada na área, Luis Carlos foi deslocado. Na cobrança do pênalti, Batista bateu com categoria e abriu o placar para delírio da enjoada torcida amazonense.

No restante do jogo, o América ficou no seu campo de defesa e usou dos contra-ataques para tentar chegar ao segundo gol. O Vila foi com tudo para cima, mas errava muito no último passe e não conseguia chegar. 


DERROTA PARA O VILA E CLASSIFICAÇÃO NOS CRITÉRIOS 



O América não cansou de dar ataques do coração nos seus torcedores e varios simpatizantes. Jogando no estádio Engenheiro Luthero Lopes, O Vila Aurora-MT não deu chances ao Mequinha e venceu por 3 a 0 com gols de Marcão (2x) e Raul.

O América começou o jogo mal e logo aos três minutos, Marcão abriu o placar com um chute de fora da área. Depois, o Vila recuou e deu campo para o Mequinha, que não conseguiu chegar com perigo ao gol do time da casa.

O resultado foi finalizado no segundo tempo, com Raul no primeiro minuto e Marcão aos 25. O atacante foi o nome do jogo. Ele foi escalado de última hora pelo técnico Carlos Rufino e foi decisivo.

Com sorte, os melhores entre os derrotados nessa fase também passavam, o que fez com que o nosso América conseguisse a vaga por ter melhor campanha que Sampaio Correa e Brasilia. 

O CONFRONTO CONTRA O JOINVILLE-SC E O PRIMEIRO PASSO PARA A GLORIA

Foto: Alexandre Fonseca
Era o grande momento, uma equipe do Amazonas estava a DOIS passos do tão sonhando acesso a série C do brasileirão. Era uma tarde de domingo, havia jogos do brasileirão da primeira divisão passando na TV - uma competição indigesta - mas que não impediu que quase 2 MIL PESSOAS fossem para o SESI ver o América contra o JEC.

A postura das duas equipes ficou clara logo no começo do jogo. O América partiu para cima do adversário, tentando pressionar, enquanto o Joinville apostava nos contra-ataques para surpreender. E, por duas vezes, em lance de velocidade, Pantico quase abriu o placar pelo JEC. Os lances arrancava suspiros dos torcedores, que em um dos seus repertórios, usava o tradicional canto da torcida do Internacional, a parodia da musica do Mamonas Assassinas, para quem estava no estádio naquela tarde sabe como era de se emocionar o ambiente.

Dando continuidade do que aconteceu dentro de campo, o América mostrou para o que veio aos 15 minutos. Após jogada pelo lado esquerdo, Rafael Tesser errou no posicionamento e Ivan acabou saindo cara-cara com Fabiano. O goleiro tentou impedir o gol, mas acabou cometendo pênalti. Na cobrança, Batista inaugurou o marcador.

Na segunda etapa, o Joinville voltou com uma postura diferente e conseguiu o empate logo no começo. Depois de cruzamento da esquerda de Paulinho Dias, Souza subiu mais que a defesa e testou para o fundo do gol.

Depois do gol, o JEC melhorou na partida e passou a atacar com perigo, porém com uma defesa pouco inspirada não conseguiu segurar o América nos contra-ataques. Aos 13 minutos, Edinho entrou como quis no meio da defesa e tocou de bico, na saída de Fabiano.

No final da partida cada equipe perdeu uma grande chance. Pelo lado do JEC, Éder perdeu grande chance, dentro da pequena área, depois de cruzamento de Rafael Tesser. Pelo lado manauara, Edinho passou por dois zagueiro e rolou para Nauê, que carimbou o travessão de Fabiano.



O JOGO DA GLORIA 



Como não poderia deixar de ser, o Joinville-SC começou a partida pressionando o adversário, mantendo a posse de bola, mas sem conseguir transformar a superioridade em chances de gol. Eu preciso me expressar em primeira pessoa neste momento, pois é algo que vivi tão intensamente, que os lances desse jogo narrados no Radio de pilha que tinha na época, estão vivíssimos na minha memoria. 

A superioridade do JEC só foi resultar em gol aos 21 minutos. Depois de falta cobrada por Marcelo Silva, a bola tocou no braço de Cleiton. Pênalti. Na cobrança, o homem das bolas paradas, Marcelinho foi para a bola e marcou. O gol inaugurou o placar eletrônico da Arena Joinville. Por alguns momentos me veio os últimos jogos em que o Mequinha havia jogado fora de casa e perdido por largas vantagens (Mixto-MT 4x2 e Vila Aurora-MT 3x0). 

No final do primeiro tempo, A EMPOLGAÇÃO VOLTOU, o América conseguiu empatar o jogo. Aos 42 minutos, após tabela pelo lado direito, Luiz Carlos invadiu a área e chutou forte. A bola passou entre a trave e o goleiro Fabiano. Gol do América, gol que levava um time amazonense de volta a série C, era o gol mais gritado por uma só pessoa (eu) em uma rua que acompanhava o brasileirão da serie A na TV.

Segundo tempo

O que era vontade no primeiro tempo, se tornou desespero na segunda etapa. Com o resultado igual, que dava a vaga à Série C ao América, o time da casa se jogou ao ataque, mas não conseguia penetrar na defesa manauara.

O time da casa continuava com a superioridade na partida, mas nada que a equipe tentasse estava dando certo. A defesa do Mequinha, comandada pelo goleiro Nailson, inspirado, conseguiu se virar muito bem segurando o resultado.

O desespero da torcida do time catarinense e de todos os amazonenses que acompanhavam veio aos 45 minutos. Após boa trama do ataque do JEC, Éder lançou Pantico, que em posição irregular, segundo o assistente, tocou para o fundo do gol. O árbitro foi na do auxiliar e anulou o gol. Depois disto, não houve tempo para mais nada, só para comemoração do América. O AMAZONAS ESTAVA NA SÉRIE C DO CAMPEONATO BRASILEIRO. 

CAMPANHA NO MATA-MATA

América 3x1 Mixto - Estádio: SESI/ Público: 762
Mixto 4x2 América - Estádio: Dutrinha/ Público: 2751
América 1x0 Vila Aurora - Estádio: SESI/ Público: 2840 
Vila Aurora 3x0 América - Estádio: Engenheiros Luthero Lopes 
América 2x1 Joinville - Estádio: SESI/ Público: 1689 
Joinville 1x1 América - Estádio: Arena Joinville/ Público: 12688 
América 1x2 Madureira - Estádio: Professor Dario Rodrigues Leite/ Público: 57
Madureira 0x2 América - Estádio: Edson Passos/ Público: 208
América 1x1 Guarany de Sobral - Estádio: Colosso de Tapajós/ Público: 668
Guarany de Sobral 4x1 América - Estádio: Junco/ Público: 7950

O BALDE DE AGUA FRIA E A PERDA DO ACESSO NO STJD 

Depois de toda uma trajetória cheia de altos e baixos, superação, o vice campeonato e o acesso a Série C de 2011. O América sofreu no tribunal a sua maior derrota na temporada. No dia 9 de Dezembro de 2010, em uma quinta feira,  o clube foi punido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a perda de seis pontos e multa de R$ 300 pela escalação irregular de Amaral Capixaba na primeira partida contra o Joinville-SC, no dia 10 de outubro, pelas quartas de finais da Série D.

O X9 É DE MANAUS? 

Corre um boato que algumas pessoas ligadas a Federação Amazonense de Futebol (FAF) é que teria entregado os documentos oficiais ao Joinville-SC que garantiam à irregularidade e assim à punição do América e a perda da vaga para a série C do brasileirão.

Mas... o Arena Baré não quer (CAUSAR), esse conto do vigário é só algo que dizem pelo submundo do esporte no Amazonas.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Lutadora de Karatê, futura advogada e mãe. Quem segura Whitney Paloma?

A lutadora de Karatê Whitney Paloma é um exemplo de perseverança e determinação. Isso tudo porque ela consegue conciliar os treinos, as aulas e ser mãe por tempo ilimitado. Recentemente, a lutadora competiu no “I Boa Vista Open Internacional de Karatê – Taça Oberlan Jones” e foi campeã em sua categoria. 


Foto: Whitney Paloma


A história de Whitney com o esporte começou bem cedo, para ser exata aos 13 anos. O pai da atleta teve a brilhante ideia de colocá-la junto com a irmã em algum esporte para passar o tempo. Ele escolheu karatê, pois chegou até a faixa amarela.

O que era apenas um passatempo tornou-se algo maior. “Fui me apaixonando cada vez mais pelo Karatê. Na minha primeira competição estadual consegui subir no pódio ficando em 3º lugar, isso me motivou a querer estar sempre entre as melhores!”, contou.



Foto: Whitney Paloma

A primeira competição em nível profissional de Whitney foi em 2013, ela tinha 17 anos e foi classificada por campeonatos estaduais para ir ao Campeonato Brasileiro de Karatê. “Lembro como se fosse hoje, esse foi o meu primeiro brasileiro e minha primeira medalha de OUROOO na categoria júnior até 48kg em Kumitê (Luta)”, destacou.

Depois desta conquista a lutadora melhorou ainda mais e intensificou os treinos. Tudo isso possibilitou a Whitney fazer parte da Seleção Brasileira em 2016 e obter os melhores resultados.

CONFIRA MAIS: Uma história de luta nos ringues e na vida

Whitney está no 7º período de Direito e faz parte da Confederação Brasileira de Karatê – CBK. “No início da graduação era fácil conciliar os estudos com o Karatê já que eu estudava de tarde e o restante do dia respirava Karatê. Mas hoje sou mãe de uma princesa de dois anos e ainda trabalho. Costumo dizer que: Nenhum obstáculo é tão grande quando sua vontade de vencer for maior!”.

Dentro dos objetivos da estudante é se formar em Direito e entrar para Polícia Federal. “Já me imagino em uma olimpíada batendo continência quando for campeã deixando meu país e familiares bem orgulhosos”, finalizou.

Foto: Whitney Paloma


Agora a atleta se prepara para a primeira fase do brasileiro que será em Manaus no mês de julho e também para a seletiva dos Jogos Pan-Americanos de 2019. Além disso, Whitney busca parceiros e patrocínio para participar de competições. 


sábado, 3 de junho de 2017

Por que Aderbal Lana ainda reina no Amazonas?

Seja como for a decisão, a grande história do Barezão desse ano é o Manaus Futebol Clube. O Gavião ainda é virgem nunca tinha chegado em uma final, mas em compensação, o treinador do time, Aderbal Lana, todo ano tá nas cabeças. Sim, ele mesmo, o mito, o interminável Lana. E isso particularmente me deixa intrigado: como que o Lana com quase três dígitos de idade ainda consegue ser tão dominante no Amazonas?

Vai ali e pega um cigarro pra mim, por favor. Foto: Divulgação/Emanuel Mendes Siqueira

A cada boa campanha, final ou título de Campeonto Amazonense, o Lana sempre reforça o quanto é bom naquilo que faz. Isso não é novidade. Mas nesse ano o negócio foi diferente. Ele simplesmente ESFREGOU NA CARA de todo mundo o quanto é bom.

Afinal, vejamos. Ele começou o campeonato no Rio Negro, um time que não ganha nem par ou ímpar desde 2001. Liderou o Barezão por várias rodadas e sempre esteve confortável no G4. Até que, misteriosamente, o cara simplesmente pediu pra sair ou foi demitido do Galo. Até aí tudo bem.

Mas como bom treinador que é, Lana não teve muito tempo pra ficar pescando ou curtindo aquele cigarro (quer dizer, pra isso sempre tem). O Manaus FC foi lá e buscou o cara. E quando fez isso, o Gavião tava relativamente distante do G4. Ali naquele meio termo entre G4 e rebaixamento, sabe?

Pois o Lana simplesmente fez o Manaus engrenar. E estamos falando de um clube novo, sem tradição no cenário local. Empilhou vitórias, terminou o campeonato na TERCEIRA colocação, e com requintes de crueldade, simplesmente deixou o Rio Negro FORA do G4. Aquele Rio Negro com o qual ele liderou várias rodadas. Um plot twist de fazer inveja aos roteiristas da Netflix.

Ok, eu ainda não respondi a pergunta. Mas agora vou começar: o Lana por si só impõe respeito perante a qualquer elenco e diretoria. Uma coisa é trabalhar com um técnico, outra coisa é trabalhar COM O LANA.

Mas de que forma isso faz diferença? Em relação ao elenco, todos sabemos que, no futebol amazonense, muitos jogadores se comportam como atletas amadores. Vida desregrada fora do campo, indisciplina. Com Lana, isso não tem vez. Além de ganhar o grupo internamente, ele também preza pelo profissionalismo.

Mas o aspecto mais importante é em relação à diretoria. Lana tem autonomia suficiente para não aceitar interferências. Veja, se Lana tem trocado tanto de clube nos últimos tempos, é justamente por isso. Cada macaco no seu galho. Ele já não é obrigado a aturar determinadas situações. Se o Fast definha neste ano, como o Nacional definhou em seguidos anos, as interferências internas estão entre as explicações. Muita gente querendo bater o martelo. Tudo o que Lana jamais aceita em seu trabalho.

Aderbal conhece o futebol amazonense de cabo a rabo. Conhece o ORGANISMO do nosso futebol. Os jogadores, os vícios, os segredos. Uma vivência que poucos se dão ao luxo de atingir. E nem por isso é acomodado: se você frequenta os estádios locais, provavelmente já esbarrou com o Lana na arquibancada em um Fast x Penarol da vida. Mais do que tudo, ele gosta da coisa.

Mas aí você pode ouvir que Lana é um treinador ultrapassado, de conceitos presos ao passado, e que ainda assim não entende o sucesso que ele ainda faz. É aí que entra o meu outro ponto: o futebol amazonense não acompanhou a evolução do jogo. E isso não diz respeito só a parte tática, mas também preparação física, ciência, gestão e tantas outras coisas.

Estamos tão atrasados que até o Acre nos engoliu. Nenhum time amazonense nos últimos anos chega perto do nível de organização do time do Atlético Acreano, por exemplo. Não falo de resultados, mas de FUTEBOL jogado.

O que isso tem a ver? Lembro de uma conversa que tive com o Lana. Ele me contava de uma palestra que o Rogério Micale, treinador campeão olímpico, fez aqui em Manaus. Nessa palestra, Micale explicava sobre a importância dos novos conceitos do futebol. Linhas próximas, pressão alta, capacidade associativa, etc.

Na ocasião, Lana questionou Micale ao dizer que, nos centros mais distantes, isto era uma utopia. Como reproduzir estes conceitos em um cenário sem recursos, com jogadores mais limitados e estrutura mínima?

Isso diz tudo. É óbvio que, nessas condições, Aderbal Lana ainda faz e vai continuar fazendo a diferença. Não falo isso para diminuir o que ele é. Lana já está entre os maiores treinadores da história do futebol amazonense. Mas é a realidade nua e crua.

Quando o futebol amazonense der um salto à frente, Lana e os "Lanas" da profissão naturalmente passam o bastão. Na verdade ele já fará isso antes, já que não há nenhuma perspectiva de melhora por aqui. Enquanto isso, Lana pode empilhar mais um título. Com um time menor, com um elenco que ele sequer montou. Porque aqui, independente do contexto, ele ainda é rei. Aderbal Lana pode tudo. Tem que respeitar.

Uma história de luta nos ringues e na vida


"O primeiro campeonato que disputei me consagrei campeã, lembro como se fosse ontem. Eu venci a disputa por pontos e saí correndo e pulando para o abraço do meu mestre". Essa é Fernanda Maciel, 21, manauara, atual lutadora de muay thai e com um objetivo: ingressar no UFC feminino profissional.

Foto: Arquivo Pessoal
Fernanda iniciou cedo nas artes marciais. Aos 8 anos, começou a praticar jiu-jítsu e já no seu primeiro campeonato levou a medalha de ouro para casa. Contando com o apoio da mãe desde sempre, começou a evoluir cada vez mais na arte, mas hoje Fernanda encara outra realidade: as dificuldades de um atleta no Amazonas. Sem patrocínio algum, Fernanda conta somente com a ajuda de seu treinador, Michel Costa, e de sua fiel ajudante, sua mãe, para permanecer no esporte.

Com as dificuldades, Fernanda parou de treinar jiu-jítsu várias vezes, mas por amor a arte nunca desistiu e sempre acabava voltando, amor esse que surgiu ao ver seu irmão mais velho treinando.

                    Foto: Arquivo Pessoal

Ingresso no Muay thai

Em 2016, em uma viagem para o município de Maués, no interior do Amazonas, Maciel acabou conhecendo um lutador de MMA. Os dois jogaram juntos uma partida de vôlei que acabou em luta. O lutador puxou uma ''manopla'' com a mão para ela ali mesmo e percebeu que ela levava jeito para o muay thai. O lutador hoje é seu treinador.

Em janeiro de 2017, ao voltar para Manaus, Fernanda recebeu de Michel um convite para fazer uma aula experimental de muay thai. É aqui que começa a jornada atrás de um sonho. Com pouco tempo de treino surgiu chances para sua primeira disputa. Mesmo com pouca experiência e uma adversária experiente, Fernanda aceitou o desafio.

A segunda luta surgiu pouco tempo depois, ao ser convidada para participar do ''2º Desafio Manaus Fight De Lutas Em Pé", que ocorreu no dia 21 de maio. Mais uma vez, Fernanda tinha pouco tempo para treinar e uma adversária experiente. Mesmo com tudo isso, entrou no octógono mais uma vez. Fernanda perdeu a luta, mas ganhou algo que, naquele momento, valia muito: admiração. ''Apesar de eu não ter ganho a luta, eu estou me sentindo como a Vivian do BBB, que não ganhou o programa, mas ganhou o carinho e a admiração de muita gente. Isso já é muito gratificante para mim'', disse.

Foto: Divulgação/Emanuel Sports & Marketing

 Cinturão                     


Após essa luta, a atleta recebeu o convite para disputar o cinturão em novembro. Apesar das dificuldades, ela aceitou. Um desafio a mais, uma chance de mostrar sua evolução e, quem sabe, a oportunidade de ingressar no UFC, já que esses eventos sempre contam com a presença de grandes olheiros.

Michel também vê brilho no futuro de Maciel: ''A Fernanda aprende as técnicas rápido, tem um boxe alinhado, uma boa joelhada, falta aprimorar os chutes, mas isso com o tempo vai ficar bom. Para quem tem apenas 3 meses de treino está ótimo, só tem a evoluir. Quando viemos para Manaus e eu a chamei para ter uma aula comecei a investir no muay thai dela e não parei mais'', falou.

Foi Costa quem deu luvas, bandagens e outros materiais para os treinos de Fernanda.

Fernanda e seu treinador Michel Costa. Foto: Emanuel Sports & Marketing

As dificuldades da falta de patrocínio


Atualmente a atleta luta em academia de amigos e de amigos de seu treinador pela falta de material e enfrenta dificuldade, inclusive, para manter o peso equilibrado pela falta de suplementos. 'Patrocínio em dinheiro não é o mais importante, mas suplemento, material para treino faria toda a diferença'', disse ela.

Lesões 

As lesões acabavam sendo um dos maiores inimigos de Fernanda, que demorava muito para se recuperar, mas hoje a atleta conta com o grande apoio da Fisio Gade – Fisioterapia Desportiva. A clínica é particionadora do seu treinador e passou a apoiar a atleta para que a mesma pudesse ter um melhor desenvolvimento. 

Em busca de reconhecimento


Ao ser questionada sobre o que realmente busca no esporte, Fernanda é sucinta: reconhecimento.

''Quero crescer no esporte e ser reconhecida. Quero provar que mulher pode sim ser uma boa lutadora e que o lugar dela é onde ela quiser'', disse.


Preparação para a disputa pelo cinturão

Além dos treinos habituais, Fernanda pretende participar de eventos de lutas na cidade para ganhar experiência de combate, aperfeiçoar as qualidades e corrigir os erros.

O outro lado de Fernanda

Estudante de Estética, Fernanda é uma mulher vaidosa e se preocupa com sua aparência exterior. Além de deslanchar na carreira como lutadora, a atleta também sonha em ter sua própria clínica de estética.
 

Foto: Arquivo Pessoal

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Clássico Pai e Filho: o dia em que o Nacional deu cria


Quem conhece o Nacional Futebol Clube e o Nacional Fast Clube (literal em?) deve saber exatamente onde a história de cada um começa a ser escrita, O que talvez muitos não saibam é que o Fast nada mais é que a cria do Nacional. O paizão hoje tem uma relação pra lá de conturbada com seu filho, digna de uma canção ''Cleanin' Out My Close'', mas com suas devidas diferenças é claro, o Eminem para a mãe, o Fast dedicado para o seu pai. Hoje o clássico vive de suas historias e sofre com a melancólica realidade do presente.  

Parecia que tudo ia muito bem na vila do Leão do Amazonas  até que em determinada Assembleia Geral solicitada pelo capitão do time, zagueiro Rodolpho Gonçalves, o Dr. Waldemar Pedrosa, membro do Conselho Superior do clube, propôs que fosse alterado um dispositivo estatutário que obrigava o atleta a pagar mensalidade de cinco mil reis e sem direito a voto, mudando assim a autonomia e liberdade dos jogadores que não ficaram lá muito animados com a ideia. 

Inconformados com a maneira que o clube vinha sendo administrado, alguns dirigentes do Nacional resolveram desmembrar o clube e criar um novo. Assim nasceu o Rolo Compressor, filho primogênito e unigênito do Nacional, trazendo para a o futebol baré um dos maiores clássicos da história.  

O grandioso Nacional ganhou então um concorrente forte, juntos, os times protagonizaram grandes partidas e chegaram a estar na série A. O clássico costumava atrair um público amplo, a torcida ia em grande número para os estádios, principalmente nos anos de 1970 e 1980, quando teve o seu auge.

Primeiro Clássico:

O primeiro Pai-Filho aconteceu ainda em âmbito amador, em meados de 1932. O confronto profissional veio apenas em 1966, onde o tricolor levou a melhor vencendo por 1x0. 

O maior vencedor: 

Dos 132 duelos disputados pela dupla Nal-Fast, o Nacional levou não apenas o maior número de vitórias como também o maior saldo de gol e a maior goleada da história do clássico. O Leão Venceu 74 vezes, empatou 30 e perdeu apenas 29 jogos. Com o total de 331 gols marcados pela equipe, o Nacional fez história sobre o Fast no dia 14 de junho de 1942, quando venceu por 10x0.

Grandes finais:

As equipes protagonizaram juntas 11 finais do Campeonato Amazonense nos anos de 1964, 1965, 1968, 1969, 1970, 1972, 1976, 1977, 1991, 2007 e 2012.

Sucesso de Público: 

As duas equipes também protagonizaram os principais duelos da Taça Amazonas, que foi sucesso de público e renda nos anos 60 e 70. Ao todo foram 4 finais, onde cada clube conseguiu duas vitórias.


2017

Um clássico permanece sendo um clássico mesmo com anos de história, certo? É claro que sim, mas Fast e Nacional também sentiram o amargar do Futebol Amazonense. 

Pela terceira rodada do primeiro turno, o confronto que antes lotava os estádios, levou para as arquibancadas 904 torcedores, o que foi o maior público do Barezão até o momento, com um detalhe muito importante: a rodada era dupla, ou seja, havia outro jogo, mais torcedores que contribuíram com esse número.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Craque do Futebol Americano conta como superou um dos maiores desafios de sua vida

Quais são os desafios que um esportista pode enfrentar em sua jornada por prêmios, colocações e reconhecimento? Essa pergunta não é fácil de se responder, principalmente, porque sabemos o quanto é difícil conseguir apoio. Mas para o Quarterback do time de Futebol Americano Ajuricaba Warriors, Watson Pontes, 27, o segredo está em nunca deixar se abater por qualquer coisa.

Foto: Watson Pontes
               
O jogador tem uma conexão muito grande com diversos esportes. Watson começou aos cinco anos com a capoeira, já que seu pai é instrutor. O esporte está em sua genética, a mãe do atleta foi campeã nos jogos industriários durante vários anos e seu irmão já chegou a ser cotado para a seleção de vôlei brasileira.                      

Dos nove aos onze anos jogava futebol, até que um dia, em 2001, brincando na rua sofreu um acidente que poderia ter mudado completamente seu futuro. Watson foi atropelado e sua perna ficou sustentada apenas pela pele. Durante o tratamento usou ferros na perna e também fez fisioterapia por cinco meses. Segundo os médicos, ele estava impossibilitado de praticar qualquer esporte. No entanto, com garra foi capaz de voltar a ter uma vida normal. Ele sempre teve força de vontade e nunca gostou de ficar por baixo. E principalmente, não aceitou o que lhe disseram sobre a recuperação do acidente.

Foto: Watson Pontes

Por isso, ''Desistir'' é um verbo que não existe para o jogador, a prova disso é que logo após sua recuperação no fim de 2002, ele ainda foi destaque nos jogos escolares como goleiro de futebol. Watson sempre se dedica ao máximo a tudo que o faz se sentir bem, de certa forma, o esporte é uma das suas armas para esquecer os problemas.

No ano de 2008, ele jogou pela Seleção Amazonense de Basquete representando o Brasil nos Jogos Amazônicos em Iquitos, no Peru. A equipe conquistou o segundo lugar. Em paralelo ao basquete, Watson também jogava futebol americano desde 2006. Ao encontrar mais interação e companheirismo dentro do esporte resolveu se dedicar somente ao futebol americano.


                             Equipe de Basquete no Peru em 2008.

Watson é Quarterback, mas já foi Wide Reciver (WR) da equipe. Ele destacou que luta sempre para ser o melhor no que faz. Hoje, o jogador tem como objetivo levar o nome do time ao topo novamente e se tornar o melhor jogador do ano. Além é claro, de seguir em engenharia e trabalhar no mercado. 


Sobre a equipe

                                    Foto: Facebook Ajuricaba Warriors.

O time de 2006 a 2011 chamava West Tigers, depois adotou o nome de Ajuricaba Warriors. Em seis anos de fundação a equipe já conquistou seu espaço no futebol americano em Manaus, com a participação em quatro finais de campeonato, sendo campeão nas edições de Jungle Bowl, em 2014 e Manaus Bowl, em 2015.